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Na maior parte das regiões pecuárias do Brasil, ocorrem períodos de seca. As gramíneas, por terem um sistema radicular situado nas porções mais superficiais do solo se ressentem muito da falta de água. Se o pecuarista trabalha engordando animais ou produzindo leite em pasto, durante a seca, pode adotar algum tipo de estratégia para contornar a situação, como reduzir a taxa de lotação, utilizando, na alimentação dos animais, forragens conservadas, ou mesmo de corte, como cana ou capineira.

Na produção de feno, isso não é possível. “Não irrigar significa passar vários meses sem produzir um único fardo de feno. Se o objetivo da produção é comercialização, justamente no período de maior demanda, o produtor estará com seu estoque em baixa”, afirma Juliano Ricardo Resende, graduado em Zootecnia pela Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU e especialista em Bovinocultura Leiteira pela Universidade Federal de Lavras - UFLA. Com isso, a irrigação é uma tecnologia a ser adotada na maior parte dos casos, exceto se a proposta for, mesmo, produzir feno estacionalmente.

Os sistemas de irrigação de pastagem de aspersão em malha e com pivô central são as principais tecnologias de irrigação utilizadas para pastagens e campos de feno. Cada um deles apresenta particularidades que determinam sua indicação para situações bem específicas.

Aspersão em malha

O sistema de irrigação de aspersores em malha é composto por uma rede de tubulações enterrada no solo, sendo projetados e instalados aspersores fixos em número suficiente para que toda a área da pastagem ou campo de feno seja irrigada. Apresenta como principais características:
• Implantação a custos relativamente baixos;
• Fácil manutenção, também a baixo custo;
• Fácil operação;
• Manutenção simplificada, que pode ser feita, na maioria das vezes, pelo próprio produtor;
• Baixo consumo de energia;
• Possibilidade de ser implantado em qualquer tipo de terreno, em termos de formato e declividade;
• Facilidade para divisão das áreas em várias subáreas;
• Viabilização do uso de fertirrigação.

Apesar de muitas vantagens, particularmente, o baixo custo de implantação, os sistemas de irrigação em malha apresentam algumas limitações, como maior dependência de mão de obra na implantação e na operação.

Sistema de irrigação por pivô central

Para campos de feno e, ou pastagens em que a área irrigada é superior a 50 hectares e cujo formato permita a implantação, o sistema de irrigação mais indicado é o pivô central. Trata-se de um equipamento de irrigação por aspersão móvel que tem alto grau de automatização. O pivô é composto por uma tubulação com aspersores espaçados regularmente, apoiada em torres equipadas com duas rodas e um sistema de tracionamento por motor, que fazem o equipamento se movimentar de forma sincronizada, enquanto irriga o terreno.

Esse sistema, mais ainda que as redes de aspersão em malha, necessita de apoio técnico em seu planejamento e implantação, pois, além dos custos significativamente mais altos, é de dimensionamento e operação mais complexos. Apresenta como vantagens a maior possibilidade de automação, facilidade de implementação de um sistema racional de uso de água e energia elétrica e maior uniformidade de aplicação da água. Como desvantagens, apresenta uma perda de área útil de aproximadamente 20%, por causa da forma circular do equipamento, conforme o formato da área total do terreno.

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Por Silvana Teixeira.