Em Paracatu, interior de Minas Gerais, a fazenda Santos Reis, que tem capacidade para engordar 50 mil bois confinados, tem investido em novas técnicas para garantir o bem-estar desses animais e, consequentemente reduzir alguns problemas enfrentados, como a morte de animais.

A técnica desenvolvida por eles é uma técnica de manejo que não usa nenhum instrumento. Sem ferrão ou bandeira, o vaqueiro conduz o gado sem gritar e sem tocar neles. Assim, o bem-estar do gado é garantido e o animal se estressa menos. Doenças como a pneumonia, que pega o animal estressado e com o sistema imunológico baixo afetam menos o rebanho.

Como funciona a técnica Bud Williams?

Essa técnica consiste na observação do animal. De acordo com o engenheiro agrônomo responsável pela fazenda, Antony Luinenberg, é preciso observar quem são os dominantes e os sentinelas do rebanho, para conduzi-los da forma mais calma possível. Após a observação, ele entra no piquete e reúne o gado com tranquilidade, dando voltas em todo o cercado. Depois, movimenta-se para frente e para trás. Em suas palavras: “O bovino é uma presa, então, a gente trabalha com ela com alívio e pressão. Então, eu coloco pressão, olho no olho desse animal, direciono para lado que eu quero que ele vá, coloco pressão e alívio. Por que? Para poder fazer esse animal se movimentar para o lado que eu quero que ele se movimente”. Esses passos devem ser repetidos diariamente, por 15 a 20 dias após a chegadas dos animais, para que se acostumem com as pessoas.

Outro investimento da fazenda foi a “bud box”, que custou aproximadamente R$300 mil. Essa caixa de ferro vazado é um espaço de quatro metros de largura por até nove de comprimento e é uma estrutura pensada especialmente para o manejo sem o uso das mãos. O veterinário responsável pela fazenda ainda ressalta a eficiência da bud box, dado que ela funciona para o hospital: “A mortalidade reduziu em 60% e o nível de acidente com os nossos manejadores caiu a zero depois da implantação do sistema. O problema de pneumonia, que tirava meu sono, não é o principal fator. Está controlado.”.

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Fonte: G1 – Globo Rural – g1.globo.com/economia/agronegócios/globo-rural


por Renato Rodrigues