A preocupação dos consumidores em manter uma alimentação mais saudável e natural trouxe de volta à mesa, e também aos terreiros, uma velha conhecida: a galinha caipira. Rústicas e muito resistentes, as caipiras são adaptadas a diversos tipos de clima e podem ser criadas em todo o país. Dispensam cuidados especiais e por isso sua criação não demanda muito investimento. O problema dessas aves é que elas botam pouco e chocam muito.
O cruzamento das caipiras com aves de raça pura, como, por exemplo, a plymouth rock barrado (carijó ou pedrês), rhode island red (vermelha), gigante-negra de jersey e new hampshire, traz melhoramentos ao plantel. Essas aves originárias dos Estados Unidos estão bem adaptadas ao Brasil e são utilizadas principalmente para aprimorar as raças nativas.
As aves que resultam desse casamento mantêm as melhores características de suas famílias, paterna e materna. As chamadas "caipiras melhoradas" são aves de dupla aptidão (carne e ovos), são maiores, ganham mais peso em menos tempo, têm a carne muito saborosa e ótima postura. Além disso, são resistentes a doenças e de fácil manejo.
No sistema de semiconfinamento as aves ficam soltas na maior parte do dia, mas também comem ração/ Fotos: Ernesto de Souza
Para começar a criação pode-se adquirir as aves de raça pura de criadores (veja os endereços no final da matéria). Um casal jovem ou adulto de qualquer uma das quatro raças citadas custa entre 50 e 100 reais. O preço dos pintinhos fica em torno de cinco a dez reais. A proporção ideal de aves é um macho de raça pura para cinco fêmeas caipiras ou oito a dez galinhas de raça pura para um galo caipira. Se as aves não forem criadas juntas desde o nascimento é importante manter os galos de raça e os caipiras separados por divisões no galinheiro ou piquetes no pátio. A melhor época para o cruzamento ocorre entre julho e novembro.
Milho
O melhor sistema de criação é o semiconfinamento, no qual as aves ficam soltas geralmente pela manhã e uma parte da tarde. Por volta das 15 horas elas devem ser recolhidas e tratadas. A vantagem desse método é que o criador consegue ter um controle maior sobre a alimentação, saúde e também sobre os ovos. Os custos com alimentação também são menores, podendo haver uma redução de até 40% nas despesas com ração, desde que haja um bom pasto para as aves, como rami ou outra gramínea de baixo porte, como complemento alimentar.
A dieta das aves consiste em milho e ração - de pintinho, de crescimento e de postura, dependendo da idade das aves - sendo a dosagem ideal uma parte de milho para duas de ração. A alimentação é oferecida nos comedouros, dentro do galinheiro, dividida em duas partes, uma de manhã e outra à tarde, ou de uma só vez.
As galinhas mestiças começam a botar com seis ou oito meses de idade e alcançam o pico de produção aos três anos. Para que a produção não diminua, os ovos devem ser recolhidos e colocados para chocar por outras aves ou em chocadeira. As mestiças têm uma postura bem maior que as caipiras: botam cerca de 30 ovos por mês por até três meses seguidos enquanto que a produção das caipiras é só a metade. Os galos são bons reprodutores por até cinco anos.
O local de criação deve ter o piso coberto com palha ou outro material seco, paredes de alvenaria com até um metro de altura, acrescidas de 1,5 metro de tela, e teto de telhas. O espaço ideal é de quatro ou cinco aves por metro quadrado. O ambiente deve ser protegido de ventos, sol forte e, ao mesmo tempo, garantir ventilação constante.
Quando as galinhas são comercializadas vivas, em lojas de avicultura ou mercados, não é necessário ter qualquer tipo de documentação ou registro. A procura pelos ovos é grande e eles podem ser vendidos para empórios, feiras ou para o consumidor final. O esterco pode ser aproveitado na horta da propriedade como adubo orgânico ou comercializado.
*As fotos e legendas dispostas ao longo do artigo fazem parte da apresentação do mesmo, sendo de responsabilidade do autor.
Autora: Maria Cristina Frota
Fonte: www.revistagloborural.globo.com
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